sábado, 20 de julho de 2013

Só resta-me abrir meus livros - Sirlene Santana


              Queria eu poder esconder minha cara de decepção, se eu pudesse ganhar dinheiro com isso, com toda certeza já estaria rica. Fui cruelmente iludida por mim mesma em pensar, simplesmente imaginar que poderia ser importante.
                Sou importante para mim mesma e para ninguém mais e voltarei a achar que isso basta, sem simplesmente lhe oferecer um minuto de minha atenção. Como eu estava certa em achar que continuaria assim, mesmo depois que você disse com sua própria voz e suas próprias palavras que mudaria. Mudança é algo lento, mas acredito que a sua é uma lesma, que deve estar morta, pois não saiu do lugar.
                Regresso aos meus livros, lê-los me faz não chorar, olha que isso eu não quero fazer, estou um pouco cansada para isto, esperar não é uma coisa que eu realmente goste e perdoar, diz na bíblia que devemos, só Deus sabe como isto é difícil, não sabe como o gosto da raiva desliza por minha garganta e tento não vomita-la, não seria uma cena tão agradável...

                Então só me resta abrir meus livros e lê-los, acredite isto me dar muito prazer, desde criança eles foram minha companhia. E eu amo a leitura, ela me faz esquecer que estou viva por uns instantes. Sinceramente eu não queria estar acordada esta hora. As cores em minha cabeça não são tão agradáveis como o som de uma chuva. 

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