terça-feira, 23 de julho de 2013

É só mais um desabafo - Sirlene Santana


   Saber que estou aqui novamente, não me trás o sorriso que eu pensava dar. Poder escrever significa que eu não posso falar, por que novamente estou naquele local antes tão temeroso. Bem vindo aos mesmos monstros já conhecidos, mas nem por isso deixam de ser assombrosos. Voltar a provar do frio, quando o calor me salvava de tantas coisas. Quando a segurança a qual eu confiei e dediquei com tanto amor, me foi tirada assim tão de repente, eu me senti menina, desprotegida, sozinha e tão estúpida.
   Dormir poderia ajudar se este não me trouxesse sonhos, seriam mais lembranças fieis de algo que ainda ontem era real, e com muita dor eu tenho que encarar que é uma pagina que virou na minha vida, que tudo que eu planejei, ou melhor, nós planejamos, eu terei que viver, só que sozinha, por que tudo continua não é. Nestes meus pequenos vinte anos, já levei tanto tapa na cara e fui surpreendida por quem eu menos esperava, e de repente lhe jogarem na cara que tem toda uma vida pela frente e que chorar não leva a nada. Eu não queria ouvir aquelas palavras, foram tão duras, eu não as merecia, talvez se amar fosse algo banal, querer proteger fosse um cruel pecado, eu não me importaria em aceitar tais palavras, tal ocasião, mas até onde eu sei, eu não fiz nada que pudesse no fim, eu terminar aqui.

   As decepções são parte da vida, embora elas sejam intimas da minha, eu to continuando, eu to vivendo, claro que dói, e eu tenho todo o direito de chorar, se para você nunca representou nada, é uma pena, por que quando eu te apoiei, quando eu estivesse contigo te dando minha opinião, me alegrando com as tuas alegrias, aquilo era importante para mim, eu conseguia conciliar com a minha vida, nunca vi como algo fora a parte, pelo contrario, sempre te inclui do meu mundo, agora se eu fui um incomodo, resta-me pedir desculpas novamente e não atrapalhar mais a sua vida e nem de sua família. Se a amizade pode continuar? Embora eu queira, eu não posso, não mais, não quero nem poder alimentar a esperança de que futuramente possa ser, por que no final de tudo, eu fiz mais do que eu podia, para agradar alguém que nunca me deixou pertencer ao seu mundo.

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