Da varanda
da casa de praia onde estou vejo o mar, tão belo e azul, parece que as estrelas
dão um brilho especial para essa paisagem tão magnífica. O som das ondas é uma
ótima musica e a lua tão bela e redonda é o centro das atenções.
Volto meu olhar para o mar, lá se esconde uma Ostra que é muito importante
para mim. Que saudade! Faz tanto tempo que não a vejo como ela realmente é. Tão
verdadeira quando nos encontramos e nos conhecemos. Nos dias de nossas
conversas amigáveis essa Ostra sempre me conquistava diariamente. Ela me
contava sobre sua vida e eu a conhecia assim, através de suas ações e palavras.
Apaixonei-me por ela que me deu a oportunidade de conhecer a preciosa perola
que é.
Devido à tempestade que se aproximou, ela se assustou e voltou para as
profundezas do mar. Eu até tento chegar, mas para mim é muito difícil – Eu não
sei nadar.
Fico na beira da praia molhando meus pés com as pequenas ondas. Falando
com a Ostra de longe, tentando falar que eu vou protegê-la e que não tenha medo
da tempestade, que eu estou aqui. Tento alcança-la de todas as formas, talvez
ela lute também para me encontrar.
Faço uma força enorme para entrar no mar. O medo me invade também e eu
quero aprender a nadar, para cuidar da Ostra perdida. Eu enfrento esse meu
medo, as ondas, a tempestade, a escuridão, enfrento tudo para dizer a ela que pode
sempre contar comigo e que não tenha medo, pois eu estou aqui.
Já me perguntaram – E a Ostra realmente gosta de ti? , Pra que fazer
todo esse esforço, você pode ficar triste com o fim ou até morrer, acha que
vale apena se arriscar por uma Ostra?
Eu sempre olho para quem me pergunta e com um sorriso respondo:
-Eu já
pensei muito sobre isso e não tenho explicação para o que sinto por essa Ostra.
Eu apenas olho para o céu e peço auxílio para Deus e para que ele me guie. Talvez
você que me faz essa pergunta não entenda, pois não conheceu a perola que
habita dentro da capa dura da Ostra. Eu sei o que tem lá dentro, eu confio
nisso que eu conheci e a amo do jeitinho que ela é. Seu medo é uma forma de
defesa e é natural que queiramos nos defender do que temos medo. Se eu não for
atrás do que eu acredito, eu perderei todas as oportunidades e não estarei
praticando a vontade do Senhor, ele não me deu pernas para enfeitar meu corpo e
sim para correr em direção a realização dos planos que ele tem para mim. Se eu
não for atrás da minha felicidade, ninguém fará isso por mim. Se eu não tentar,
sempre ficarei nos “E se” da vida, mas se eu mostrar amor e lutar, mesmo que no
fim eu não consiga, já fico feliz, eu tentei, amei e mostrei, e de certa forma
não terei perdido no caminho percorrido até a Ostra, eu terei aprendido,
superado medos, terei amadurecido espiritualmente de uma forma que só Deus pode
nos dar esse amadurecimento. É uma oportunidade que eu não quero perder, a
oportunidade de crescer, da busca de aprender e amar. Por isso eu digo, vou
atrás da Ostra e tirá-la das profundezas do oceano e começar novos caminhos em
minha vida, sendo sempre Deus o centro dessa caminhada.
Texto feito por: Sirlene Santana
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