quarta-feira, 9 de maio de 2012

A Busca da Ostra Perdida - Sirlene Santana


   Da varanda da casa de praia onde estou vejo o mar, tão belo e azul, parece que as estrelas dão um brilho especial para essa paisagem tão magnífica. O som das ondas é uma ótima musica e a lua tão bela e redonda é o centro das atenções.
   Volto meu olhar para o mar, lá se esconde uma Ostra que é muito importante para mim. Que saudade! Faz tanto tempo que não a vejo como ela realmente é. Tão verdadeira quando nos encontramos e nos conhecemos. Nos dias de nossas conversas amigáveis essa Ostra sempre me conquistava diariamente. Ela me contava sobre sua vida e eu a conhecia assim, através de suas ações e palavras. Apaixonei-me por ela que me deu a oportunidade de conhecer a preciosa perola que é.
   Devido à tempestade que se aproximou, ela se assustou e voltou para as profundezas do mar. Eu até tento chegar, mas para mim é muito difícil – Eu não sei nadar.
Fico na beira da praia molhando meus pés com as pequenas ondas. Falando com a Ostra de longe, tentando falar que eu vou protegê-la e que não tenha medo da tempestade, que eu estou aqui. Tento alcança-la de todas as formas, talvez ela lute também para me encontrar.
   Faço uma força enorme para entrar no mar. O medo me invade também e eu quero aprender a nadar, para cuidar da Ostra perdida. Eu enfrento esse meu medo, as ondas, a tempestade, a escuridão, enfrento tudo para dizer a ela que pode sempre contar comigo e que não tenha medo, pois eu estou aqui.
   Já me perguntaram – E a Ostra realmente gosta de ti? , Pra que fazer todo esse esforço, você pode ficar triste com o fim ou até morrer, acha que vale apena se arriscar por uma Ostra?
   Eu sempre olho para quem me pergunta e com um sorriso respondo:
   -Eu já pensei muito sobre isso e não tenho explicação para o que sinto por essa Ostra. Eu apenas olho para o céu e peço auxílio para Deus e para que ele me guie. Talvez você que me faz essa pergunta não entenda, pois não conheceu a perola que habita dentro da capa dura da Ostra. Eu sei o que tem lá dentro, eu confio nisso que eu conheci e a amo do jeitinho que ela é. Seu medo é uma forma de defesa e é natural que queiramos nos defender do que temos medo. Se eu não for atrás do que eu acredito, eu perderei todas as oportunidades e não estarei praticando a vontade do Senhor, ele não me deu pernas para enfeitar meu corpo e sim para correr em direção a realização dos planos que ele tem para mim. Se eu não for atrás da minha felicidade, ninguém fará isso por mim. Se eu não tentar, sempre ficarei nos “E se” da vida, mas se eu mostrar amor e lutar, mesmo que no fim eu não consiga, já fico feliz, eu tentei, amei e mostrei, e de certa forma não terei perdido no caminho percorrido até a Ostra, eu terei aprendido, superado medos, terei amadurecido espiritualmente de uma forma que só Deus pode nos dar esse amadurecimento. É uma oportunidade que eu não quero perder, a oportunidade de crescer, da busca de aprender e amar. Por isso eu digo, vou atrás da Ostra e tirá-la das profundezas do oceano e começar novos caminhos em minha vida, sendo sempre Deus o centro dessa caminhada.
Texto feito por: Sirlene Santana

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